sábado, 7 de maio de 2011 | By: lyasunaka

Questão da Apostila - O Legado de Bizâncio [Aula 13 e 14]

Apostila 2º Bimestre - pg. 6 
  • 6. Explique o que significa afirmar que a monarquia bizantina era despótica e teocrática.  
              Leia esse texto e responda à questão 7.                         
    O legado de Bizâncio 
    ... o essencial do caráter do Império Bizantino já estava delineado desde seu nascimento. Isto é, quando o imperador romano Constantino deu liberdade de culto aos cristãos (313) e alguns anos depois (330) fundou uma nova capital em territórios há muito helenizados, reuniu definitivamente os três componentes históricos de Bizâncio: a tradição helenística, a tradição romana, a tradição cristã. De fato, [...] o Império Bizantino de maneira geral era grego, e bastante consciente disso, na língua, literatura, teologia e culto, mas romano no direito, organização militar, diplomacia, política fiscal, concepção de supremacia do Estado. Daí aquele historiador afirmar que “a fusão das duas tradições é o Império Bizantino”.
    Contudo, é indispensável acrescentar a essa análise o cristianismo, que, apesar de dever muito às civilizações pagãs da Grécia e de Roma, era fundamentalmente diverso delas. Ou seja, a tradição cristã tinha sua personalidade, não podendo ser considerada como apenas um apêndice da cultura clássica. Assim, sendo uma entidade histórica própria mas profundamente ligada àquelas outras duas, o cristianismo cumpriu o papel de intermediação, de ligação, de articulação, entre elas. Noutros tempos, modificando a proposição de Baynes, o Império Bizantino foi a fusão da tradição helenística com a tradição romana realizada por meio do cristianismo. Por isso mesmo, Bizâncio se diferenciava do Ocidente onde a tradição helenística era fraca e os elementos latinos e germânicos é que foram fundidos pelo cristianismo para formar o que se chama de civilização ocidental cristã. Também por isso, diferenciava-se do mundo muçulmano, no qual a tradição helenística misturou-se à árabe-persa por meio da religião islâmica. Percebe-se assim que Bizâncio estava mais aparentado ao Ocidente e ao Islã do que estes dois entre si. Mundo intermediário entre aquelas duas sociedades, inclusive geografi camente, Bizâncio pôde exercer poderosa infl uência sobre elas. O Ocidente, já vimos, deve-lhe vários pontos de apoio de seu progresso cultural e material. Quanto ao Islã, já se disse que “sem Bizâncio, os árabes teriam ficado o que eram na época de Maomé, semibárbaros” (Diehl). No entanto, os grandes beneficiados pelo papel histórico civilizador do Império Bizantino foram os povos eslavos da Europa Oriental. Eles foram cristianizados por missionários bizantinos e junto com a religião puderam receber noções de governo, princípios de direito, elementos de cultura intelectual e artística. 
    FRANCO JÚNIOR; ANDRADE FILHO, Ruy de Oliveira. O Império Bizantino. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 92-94
    • 7. Tendo como referência a leitura do texto e seus estudos sobre o Império Bizantino, explique a afirmação: ''a fusão das duas tradições é o Império Bizantino''

    6. A monarquia bizantina era ao mesmo tempo despótica, com o poder sendo absoluto e inteiro nas mãos de uma única pessoa, no caso, o imperador bizantino, e ao mesmo tempo, o imperador interferia constantemente nos assuntos da Igreja (cesaropapismo), característica de um a monarquia teocrática, mantendo as duas características a mesma monarquia.

    7. A fusão das duas tradições, a romana e a grega forma o Império Bizantino, mas é necessário dizer que essa união foi feita pelo cristianismo, que apesar de ser uma entidade própria, é ligada as outras duas, como um mediador entre as duas culturas. Assim como o cristianismo foi mediador entre a tradição grega e a romana, a tradição bizantina era um mundo intermediário entre a Europa ocidental (com influência latina e germânica) e o Oriente Médio (muçulmano, onde a cultura helenística, por meio do islamismo se uniu à árabe-persa).

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